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viernes, 18 de febrero de 2011

DIFERENÇAS ENTRE OS SEXOS E DOMINAÇÃO SIMBÓLICA (nota crítica)* Roger Chartier**

"Num texto soberbo, intitulado "O sexo nem verdadeiro
nem falso", Louis Marin comenta o mito do Hermafrodita tal
como é contado por Ovídio no quarto livro das Metamorfoses.
Para ele, é a esfera imóvel e eterna do Ser, unindo de maneira
indestrutível o masculino e o feminino, "que, sob a forma da
prece e do votum, a Náiade do mito ovidiano deseja constituir
para sempre, mas no tempo : "Tu te debates em vão, cruel, ela
grita , tu não escaparás. Deus ordenou que nunca se veja
separado de mim nem eu separado dele". Bissexualidade
originária da qual o mito do Hermafrodita constituirá a narrativa.
E no entanto, basta reler o voto de Salmacis, ninfa de violência
masculina a respeito do excessivamente feminino Hermafrodita,
para descobrir, na linguagem do poema, a outra face da
bissexualidade: o trabalho da diferença, a potência do neutro;
não "Oh Deus! Fazei,com que sejamos para sempre unidos em
um só corpo", mas "Ordene, oh Deus, que ele não seja jamais
separado de mim nem eu dele".

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