Escrever uma história das mulheres é um
empreendimento relativamente novo e revelador de uma
profunda transformação: está vinculado estreitamente à
concepção de que as mulheres têm uma história e não são apenas
destinadas à reprodução, que elas são agentes históricos e
possuem uma historicidade relativa às ações cotidianas, uma
historicidade das relações entre os sexos. Escrever tal história
significa levá-la a sério, querer superar o espinhoso problema das
fontes ("Não se sabe nada das mulheres", diz-se em tom de
desculpa). Também significa criticar a própria estrutura de um
relato apresentado como universal, nas próprias palavras que o
constituem, não somente para explicitar os vazios e os elos
ausentes, mas para sugerir uma outra leitura possível. Ambiciosa,
com certeza, esta pesquisa tem se desenvolvido no mundo
ocidental há vinte anos.
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